Carro: por que comprar? Por que não comprar?

 Ao passar em frente às meia dúzia de concessionárias aqui perto de casa, surgiu essa dúvida...

O homem (homo sapiens) está umbilicalmente ligado ao carro. Diria que mais que pelo umbigo, o carro se liga ao homem “pela preguiça’. Isso mesmo. O inventor do automóvel, muito antes de se dar conta de que produzia uma máquina que personificaria o progresso, buscava tão-somente uma maneira de subir um morro sentado, sem precisar açoitar o burro e/ou mesmo os bois do carro, o que lhe roubava preciosas calorias.

Pois é, mas o assunto aqui não é abordar os muitos regimes e tratados para perder calorias adquiridas em torno da mesa, pois devemos atuar para que este espaço seja um misto de alegria, satisfação e felicidade. Quer dizer, nossa tarefa aqui é possibilitar o (quase) impossível. Vamos então ao que interessa: o carro e a vontade de ter um!

Um carro é uma segunda família, dizem os mais experientes. E a primeira coisa a fazer ao adquirir o precioso carrinho é descobrir se a “primeira” família vai entender a atenção especial que você passará a dedicar à “segunda”. Sem perceber, você passa a dedicar quase que todo o seu tempo livre para cuidar do carro. E se for novo, com os cuidados para ele “não envelhecer”: lava-jato, cera, fuga dos locais de risco, evitar buracos, não deixá-lo exposto ao sol, passar pretinho nos pneus... isso sem falar na preocupação com os vândalos, que podem querer riscar a lataria, com os ladrões de acessórios, e de carros... ufa!!! 

Como toma o tempo e os pensamentos da gente, um carro novo. 

Já o carro velho é outra coisa. Podemos ficar mais à vontade para gastar nosso tempo no mecânico, borracheiro, ferro-velho, empurrãozinho para pegar no tranco...

Por aí você já viu que a “primeira família” dançou... Todo tempo disponível (e dinheiro também) será gasto com a “segunda”.

Mas tem um consolo, também baseado em ditado popular: carro hoje não é luxo, é necessidade! Tá aí o incentivo que faltava para te levar a comprar o seu carro. Mas nós somos férteis (também) em argumentações e as apresentaremos para que vosso desejo pelo veículo seja mais bem alimentado:

- Passar de carro pelas balzaquianas que fazem caminhada pelas nossas avenidas e oferecer-lhes carona. É um primeiro passo para o estabelecimento de uma promissora amizade;

- Sair de casa mais tarde e ainda chegar no emprego antes daquele colega chato, dedo-duro e puxa-saco, mas que não tem carro;

- Sair no sábado à tarde para dar umas voltinhas pelos locais da moda, de bermuda e chinelo;

- Ir às compras com a esposa sem precisar carregar aquele monte de sacolas nos ônibus sempre lotados;

- Levar a cara-metade à pizzaria no fim de semana e, quem sabe, uma esticadinha à casa de Afrodite, caso ainda lhe seja possível essas estripulias da juventude;

E ainda tem um motivo maior que todos estes para você fazer um esforço e comprar seu carro: deixar de pagar a passagem de ônibus, de ida-e-volta, muito cara e em ônibus lotados, mal conservados, sujos e com aquele pessoal esbarrando em você o tempo todo, com bafo de cachaça... rsrsrsrs. Está dito.

Pensando bem, poderia ter sido vendedor de automóvel, pois os argumentos para fechar a venda não me faltariam.

 

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