Paixão de carnaval!
Tudo começou no sábado de Carnaval.
A tarde havia apenas começado e ele estava na rua, em busca de uma paquera para os quatro dias de folia. E não é que na primeira esquina ela estava lá.
Que mulher linda, será que tenho uma chance com ela? Vou tentar. E foi.
Ao se aproximar, notou que a moça sorriu, o sorriso mais lindo do mundo. E não é que tenho uma chance, sim. Estou com sorte, imaginou o Paulo e foi logo se acercando da moça.
Fez uma brincadeira, colocou uma mão no ombro da moça para ver se ela se esquivava e ela empurrou sua mão em um gesto, assim meio que pedindo para ele continuar por ali, mas ser tão afoito. E foi assim que começou o flerte do Paulo com a Maria.
Uma brincadeira, um sorriso, um encostar de mãos e foram seguindo pela avenida a brincar o Carnaval. Quem visse o casal imaginaria que já se conheciam há muito tempo, dado à cumplicidade dos gestos, os longos sorrisos trocados. Pairava um clima de cumplicidade e companheirismo no entorno de Paulo e Maria.
E foram eles tarde afora, início de
noite. Até que ela se despediu e disse que no domingo se encontravam, de novo, no
mesmo lugar. Foi isso, e só.
No domingo, assim que amanheceu o Paulo começou a se preparar para encontrar Maria, que ele ainda nem sabia de onde vinha, quem era... apenas o nome, Maria. E aquele sorriso lindo, a boca perfeita.
Ele começou a relembrar os traços da moça que a tornavam, sem nenhum favor, a mulher mais bonita de quem ele se aproximara, até então.
Domingo de Carnaval, Paulo nem almoçou direito, tamanha a ansiedade de encontrar Maria. Se aprontou e foi para a rua. Chegou na esquina de antes e ainda não tinha sequer um folião.
Para não “dar na pinta”, ele foi um pouco para mais distante e ficou à espera. Passaram-se os minutos, as horas, ele ansioso, olhando ao longe para o caminho que ela fez no dia anterior e, nada. Maria não veio e Paulo não se divertiu como no sábado.
Aquele
domingo foi o pior de muitos anos para o rapaz.
Não conseguiu dormir direito. Por que ela não apareceu? Por que fez isso com ele? O que teria acontecido? E pior que ele nem sabia onde ela morava, onde passeava, quais as suas predileções para se divertir. Quem era ela, na verdade.
Aí, ele se deu conta de que não sabia
nada daquela mulher que já estava dominando sua vida, depois de uns sorrisos, uns
gestos, uns toques nas mãos, nos ombros... Carnaval esquisito, aquele.
Mas ele não desistiu. Voltou ao
mesmo ponto na segunda-feira, experimentou as mesmas emoções, vivenciou a mesma
espera, e nada. O que ela queria com aquilo? Enlouquecê-lo? Humilhá-lo?
Calma, não podia agir assim, afinal foi só um flerte e nenhum compromisso a Maria tinha com ele, Paulo. O melhor mesmo era esquecer aquela mulher que talvez nunca mais encontraria pela frente.
Tomada a decisão, Paulo tentou esvaziar a mente. Na terça-feira, ainda de ressaca, se preparou para curtir o último dia de Carnaval, “para tentar salvar um pouquinho da festa”.
E sem se dar conta, ele fez o
mesmo trajeto dos dias anteriores, chegou no mesmo local onde esperara por
Maria e, lá estava ela, com a mesma beleza envolvente, o mesmo sorriso cativante,
os mesmos gestos sedutores. E sorriu pra ele.
Em um segundo Paulo se esqueceu de toda a angústia, apagou as mágoas que estavam se formando dentro dele e foi para perto de Maria.
Ela sorriu mais uma vez, pegou Paulo pelas mãos, como não havia feito até então e o puxou para perto dela. Curtiram a noite inteira, trocaram beijos, se apertaram um no outro como um casal apaixonado.
As horas foram se passando
e, ao final da festa, ela olhou nos olhos de Paulo, sorriu, e foi embora!
Restou ao rapaz olhar a moça indo
pelo mesmo caminho de antes e desaparecer na escuridão, afinal, no sábado teria o desfile das campeãs. Quem sabe?
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