O Fuca 69, o advogado e o policial rodoviário...
O advogado de nome Luís Augusto, amigo do texticulista, tinha
um fusquinha meia nove e, noite dessas resolveu ir à cidade vizinha “de carro”,
ou melhor no fusquinha. Ele então, assim pensando, sem pensar em demasia, foi.
Eis que, ao passar por um posto policial na estrada, foi parado pelo policial
que iniciou a vistoria no veículo. “Falta um pedaço do retrovisor, os pneus
estão bem carecas, a luz de freio não acende... ah, sim, está sem freio de
pedal e tem que parar com o freio de mão... o para-brisa traseiro está
trincado...” e assim ia relatando o policial.
Bom de conversa, o advogado meu amigo interrompeu o policial
e disse: “pois é, meu amigo, estava fazendo um teste drive neste carrinho, para
ver se valia a pena comprá-lo para a minha filha mais nova. Mas pelo jeito,
pelo veredito que o senhor me deu, não compensa... Então, vou devolver para o
vendedor, ok?”. O argumento foi forte, ele foi liberado para seguir viagem e
“devolver o carro”. Foi ele então, para a cidade vizinha.
Bem mais tarde, já à noite, lá estava o advogado meu amigo
voltando, depois de umas cervejas na cabeça e eis que o mesmo policial
continuava no posto policial e novamente o interceptou, mandando-o parar. E,
reconhecendo o motorista, passaram a dar uma reprimenda no advogado. “Onde já
se viu, um homem já com idade considerável, advogado, mentindo pra gente... Não
pode prosseguir viagem nesta situação. Vamos apreender o veículo”.
Calmo, calado, sem questionar, o advogado entregou as chaves
do carro e foi para a beira da pista, pedir carona, que logo conseguiu, para
retornar para sua casa. Não sem antes dizer aos policiais: “pode rebocar e nem
precisa devolver, mesmo. Além da situação lastimável do veículo, ainda está
acabando a gasolina, não dava para eu seguir nem mais um km mesmo. Teria que
abandoná-lo na beira da estrada...”. E se foi.
Três dias depois, ao sair de casa o advogado deparou com o
fusquinha parado na sua porta, limpinho, com o tanque abastecido e, dentro, um
bilhete: “Caro dr. Luís, esta merda não serve pra nada. Nem o ferro-velho quis
e, enquanto estiver registrado no seu nome, o senhor é que deve cuidar dele. Esse
é o castigo que o comandante mandou aplicar no senhor: devolver o seu fusquinha
meia nove... Boa sorte!” rsrsrsrsrsrsrs. Até hoje a carcaça do fusca está lá,
na garagem do advogado que não conseguiu se livrar do veículo.
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