Postagens

Mostrando postagens de agosto, 2023

Entalado com osso de galinha

                    Texto publicado no jornal FOLHA DO POVO, de Itaúna, início dos anos 2000 Cada um come o que quer e como quer. Mas tem uns e outros que têm mania de comer “coisa  diferente”. Conheço um cidadão que gosta de “bundinha de tanajura” ao molho madeira. Outro, não passa um mês sem deglutir uma rã ao molho vermelho. Tem até um outro que adora comer “filé de cascavel” ao molho curry.  Acho até que o 'molho' é para enganar o paladar e fazer com que a gororoba desça o mais palatável possível. Mas, vamos e venhamos, aficionado em roer ossos, em não sendo canídeo, só este texticulista que se lhes apresenta e um rapaz que conheci lá para os lados do Norte de Minas. Este texticulista explica o ‘apetecimento’ a osso por entender que o tutano é alimento da maior importância e, com o osso bem cozido, molinho... nada melhor que alimentar-se do tutano, até porque nos dá mais glóbulos vermelhos, como explicou um amigo “quase” ...

Andando por sobre as águas?

  * Texto publicado no jornal Folha do Povo   Eu estava trabalhando em Pirapora, há alguns anos, quando a saudade de casa bateu forte e, não tendo como voltar naquele dia, resolvi ir para um quiosque, armado no meio do Rio São Francisco, onde serviam um peixe delicioso e cerveja estupidamente gelada. Lá estávamos, eu, o Flávio Leão – um rapaz que trabalhava comigo, no jornal Folha de Pirapora – e alguns pescadores que faziam ponto no local até o horário de saírem para a pescaria, algo em torno de 3, 4 horas da madrugada. Tomávamos cerveja, comíamos peixe e jogávamos conversa fora, falando de generalidades, futebol, até que um dos presentes passou a contar “ coisas fantásticas que aconteceram aqui nas margens do rio ”. O papo interessou e, daí a pouco, todos estávamos em torno do senhor que narrava histórias quase inacreditáveis. Contou-nos sobre uma mulher que aparecia nas margens do rio procurando um rapaz. Perguntava às pessoas se o tinham visto, andava para cima e p...

O baixinho, a garçonete e a vontade de acabar com isso!

Texto de 28 de janeiro de 1999, publicado no jornal Integração, de Itaúna Lá estava eu, na capital de todos os mineiros, em um bar da Rua Carijós, tomando uma cerveja gelada em companhia de alguns amigos dos tempos do “ Jornal de Minas ” e “ Diário de Minas ”, quando lembrávamos das noites passadas em botecos e boates, na boemia belo-horizontina. No bar, além do nosso grupo, algumas pessoas acomodadas em mesas e bancos próximos do balcão. Conversa fluía normalmente quando foi interrompida pela chegada de uma personagem diferente: um senhor, aparentemente uns cinquenta e pouco anos, de baixa estatura, narigudo, com profundas olheiras. Ele entrou no bar, aproximou-se do balcão e, com voz meio chorosa, pediu uma dose de conhaque. Ao ser servido, mandou que o garçom enchesse o copo, que bebeu de um só gole. No ambiente fez-se silêncio, todas as atenções voltadas para ele. Até mesmo o bater das asas de uma mosca podia ser ouvido. Então, o baixinho raspou a garganta e pediu outro conhaqu...