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Mostrando postagens de março, 2024

Os chifres do Zé

  Texto escrito para a seção "Um conto por ‘um conto’".  Publicado no jornal Folha do Oeste , em 1º de agosto de 1985, sob o pseudônimo ‘Fernandez’   O Zé da Tina, rapaz trabalhador, homem bonito e educado era “a joia” da família Silva, grandes fazendeiros do Sul de Minas. Para rapaz tão destacado, nada menos do que Márcia Silveira, a Marcinha. Morena cor de jambo, olhos verdes, “a formosura em pessoa” como gostavam de defini-la. E como era de se esperar, as famílias concordaram e os dois se uniram, dizendo o ‘sim’ em uma bela tarde de sábado, dia de festa na Fazenda Boa Sorte, dos Silveira. O casal parecia mais com um casal de pombos, sempre juntinhos, ele trabalhando muito e ela dirigindo a casa grande da Fazenda Silva/Silveira – que era como chamavam a nova propriedade – com toda a graça que Deus lhe deu. Nos finais de semana, reuniam os parentes e amigos para um joguinho de cartas, umas pinguinhas para esquentar, um pouco de música, a comida farta, e os dois, se...

A vingança do Pequi

  Texto publicado na década de 1990 no Jornal Spasso, de Itaúna Para quem não conhece o pequi, assim como a Soninha não conhecia a manga, vale explicar do que se trata. Segundo o Dicionário Aurélio, pequi é “ fruto drupáceo, oleaginoso e aromático, estimado como condimento para arroz e para fabricar licor ”. E como registro, aqui temos o nome e sobrenome da árvore que produz dos frutos mais admirados/odiados destas Minas Gerais e também ali para as bandas do Goiás: Caryocar brasiliense ! Como podem ver, o pequi tem nome, sobrenome e pedigree, além de admiradores suficientes para me encher as burras de cobre, caso me dispusesse a escrever sobre suas qualidades. E é preciso acrescer que, aqueles que conhecem o fruto, assim como eu, após as informações contidas no 'Aurélio', como descrito acima, sabedor se torna de que o filólogo preferido conhecia da língua pátria como ninguém, mas, em matéria de pequi, era quase tão ignorante como a Carla Perez, em se tratando da gramática por...

A primeira vez da Soninha...

 Texto publicado no Jornal Spasso, em 1.992. A primeira vez da Soninha, uma amiga minha de adolescência, foi realmente de marcar época. E, falando de primeira vez, lembro de meu primeiro tombo de bicicleta. Foi uma coisa assim, meio cinematográfica: aquele varapau, magricela, todo arranhado, carregando uma ex-bicicleta Monark, toda amassada... mas este caso fica para depois, pois – hum!!!... parece coisa de português – agora o que deve estar interessando é como ocorreu a primeira vez da Soninha. Vamos aos preâmbulos da história. Soninha era muito querida lá em casa. Menina boa, prestativa, sempre pronta a fazer um favor. Soninha era “um amor”, como diziam minhas irmãs. Até aquele dia eu não a tinha notado com maior “detalhamento”. Soninha era morena clara, cabelos claros, olhos de uma coloração esverdeada, pernas torneadas, seios pequenos... Tinha pouco menos de quatorze anos à época, mas já mostrava sinais físicos de que se transformaria em um “ mulheraço ”, como pude comprovar ...