Será assim?
Texto produzido em 1989, em contraponto às notícias daquele momento no País, quando se disputava uma eleição presidencial. Lá longe os sinos batem, cá perto a barriga ronca, num desespero de encontrar um alimento. Esse talvez seja o Natal de muitas pessoas por esse Brasil afora. Vejo na tevê o candidato a presidente prometer um país colorido, e imagino como seriam espalhadas as cores: branco de fome, roxo de dor, amarelo... de susto! Na foto do Papai-Noel, seu saco está cheio e me pergunto: será de presentes? A Sadia anuncia um prato delicioso, o Chester. Que isso? Nem o que é, sabemos, mas comprar, tenho certeza de que não poderemos. No alto brilha uma estrela, mas não é a de Belém, é lá de Garanhuns, para tentar colocar um operário no comando. No rádio, ouço a música da Xuxa dizendo “todo mundo tá feliz!”... tá? “Um papai-noel de brinde, na compra de um televisor”... e se não comprar, leva o Papai-Noel? E por falar no barbudo, não o da estrela, nem o da cruz... como esse ...