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Ela sumiu no meio da multidão...

Ele estava sentado em uma cadeira, na mesa do bar, junto dos amigos, na manhã do sábado. De repente, notou que lá no início da rua tinha um vulto diferente. Ele e os amigos tinham o costume de se reuniram nas manhãs de sábado, naquele bar, onde ocupavam uma mesa à beira da calçada, de onde podiam ver a rua inteira, que era pequena, subia desde uma praça, passava pelo bar, serpenteando ainda uns cem metros até acabar, de frente para um prédio. Era curta, coisa de três quarteirões, mas animada. Ligava uma região residencial ao centro comercial da cidadezinha, por onde todos os cerca de 20 mil moradores, além dos muitos visitantes que iam à cidade aos finais de semana, passavam. Era a “rua do movimento”, por assim dizer. Várias lojas, muitos bares e até uns três ou quatro restaurantes. Começava em uma praça, aberta, subia pelos três quarteirões e acabava em um paredão de um prédio residencial que estava sempre com o portão de acesso ao estacionamento subterrâneo, fechado. As pessoas seg...

Viva Minas e as suas cidades apaixonantes!

  No domingo, dia primeiro de junho, duas cidades lindas, com as quais tenho convivido ao longo dos anos, comemoram 113 anos de emancipação político-administrativa. Divinópolis, no Centro-Oeste, a primeira cidade da região onde pisei, ainda na década de 1970; e Pirapora, a encantadora cidade do Norte mineiro, de onde veio a Minha Marli. Eu, que nasci em Belo Horizonte, vivi mais de 40 anos na querida Itaúna, também tenho histórias para contar, nestas e em outras cidades de Minas por onde andei, vivi e vivenciei histórias que me marcam muito, ao longo desta vida de várias décadas e, por certeza, ainda marcarão mais tantos outros anos por vir, se Deus quiser. Como disse o poeta, “Minas são muitas” e conheço um pedacinho delas, dessas 'muitas Minas', pequeno, mas saboroso. Em Divinópolis, estive na década de 1970, quando conheci um bar, com o meu pai, onde tinha um ‘espelho autografado’ pelo ex-presidente JK. Depois, vim trabalhar na cidade, em 1987 até 1989, à noite, quando já ...

A felicidade está logo ali, basta ir lá para ser feliz!

  Nos últimos meses tenho vivido uma nova etapa na vida. Após mais de seis décadas tenho vivenciado a oportunidade de estar mais próximo da natureza, do mato... Às vezes, fico longos instantes observando as seriemas atravessarem o quintal, à busca de algum alimento, ou mesmo apenas passando por ali, que é o caminho de idas e vindas de uma família de cerca de cinco aves. Outras vezes, fico ouvindo/vendo Queros-queros a comer-catar, insetos, sementes... e os canários? Comem cantando, e são tantos que passam por aqui, além de uma série de outros pássaros, a cantar-piar misturados ao estridente chamado das Galinhas-da-Angola que gritam “tô-fraco”, só para nos enganar, pois são fortes como não sabia que eram... E assim tenho vivido dias saborosos, que não sabia estarem ali, à minha espera. E Minha Marli, parecendo menina, mexendo na terra, plantando, falando e ensinando: como é melhor plantar essa muda de planta, ou aquela, de um tanto de verduras, frutas, que há muito só via nas ...

Histórias de cães e outros bichos...

Texto publicado na FOLHA, no início dos anos 2000. Tem gente que gosta de ter sempre uma “criação” em casa. Uns mais amorosos, realmente cuidam destes animais, dando-lhes condições de sobrevivência digna, às vezes até cercados de mordomias. Outros, apesar de se intitularem 'proprietários' (ou tutores) destes bichinhos, os submetem à vida de esmolar um alimento, um pouco de água e por aí afora. Aqui neste buraco de página já falamos de casos de animais bem tratados, como é o caso do cão do ex-prefeito e ex-deputado, Hidelbrando Canabrava. Para quem não se lembra, o cãozinho do Bandinho – que aqui foi citado como sendo uma cadela – foi multado por não estar usando cinto de segurança em uma 'caminhada automobilística' que o ex-prefeito fazia por nossas ruas. Pois bem, desta feita e a partir do próximo parágrafo, falaremos de alguns casos em que um animal é a personagem principal, mostrando o outro lado em algumas situações, quando o bichinho de estimação é largado à sua ...

O som seu, o som meu e o som que não é nosso!

  Se tem uma coisa que incomoda a gente, é você estar lá, tranquilo, transitando pela via pública, focado nos seus boletos a vencer, ou no rosto da amada, e aí aparece do nada, um veículo automotor com o som no mais alto volume, incomodando a quem passa, quem está parado e quem nem está tão perto assim. E como diz, um amigo, “sempre que isso acontece, tem um besta ao volante, ouvindo uma b... de uma música ruim, gritada por um(a) boçal que se acha artista!” Eu não vou tão longe assim na afirmativa por alguns motivos e o principal deles é para não atrair debate infrutífero com quem não mereça, pois prefiro gastar o tempo e a verve com algo mais útil. Aí me veio ao pensamento, ao abordar tal assunto, o porquê de não se ouvir uma canção do Chico Buarque de Holanda, no mesmo volume de som em que se ouve sofrência? E falando nesta praga que abunda por aí, no exato momento em que redigia estas linhas, passou em frente à minha casa um idiotazinho, em um veículo, ouvindo um bate-esta...

E vamos pagando impostos, gente, porque “o ano já começou!”

  Passadas as festas de final de ano, no Brasil, dizem que tudo fica ainda no modo stand by até o Carnaval. Só depois de passado o Carnaval é que realmente “ o ano começa ”, para nós cá, que habitamos o lado direito da América do Sul, para quem olha de frente para o mapa. Então, ano iniciado, é preciso explicar que, na verdade, os brasileiros, na sua grande maioria – isso inclui todo mundo que trabalha e depende do próprio esforço para (sobre)viver –, já estão no batente desde as primeiras horas do ano começado, lá no primeiro de janeiro, ralando para pagar impostos. Isso mesmo, pois segundo o IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação), o cidadão brasileiro trabalha 149 dias do ano , somente para pagar impostos . Então, temos ainda mais de meio mês de março, o mês de abril e quase todo o mês de maio, para trabalhar, suar muito e garantir a mordomia daqueles que vivem à custa do dinheiro que pagamos de impostos... Assustou? Acha que é brincadeira? Mas não é brincad...

Por que é preciso ter opinião?

  Paulinho acordou cedo, tomou café e saiu para mais um dia de trabalho. Foi conferindo as mensagens no aparelho celular, enquanto se dirigia até a empresa. Mais ou menos uma hora e 20 minutos, da sua casa até o local de trabalho, daria tempo para responder todas elas, mesmo que o ônibus balançasse um pouco no trajeto. E assim foi ele, colocando em dia os seus contatos do final de semana. Sempre fazia assim. Deixava para responder as mensagens do final de semana, na segunda-feira. Sábado e domingo gostava de descansar, namorar um pouco, jogar futebol e até ler, coisa que sabia que a maioria dos colegas não fazia há um bom tempo. Entre uma mensagem e outra, notou que algumas, algo em torno de 40% delas, tratavam do mesmo tema: política. Queriam saber dele, em quem votaria nas eleições de 2026. Não respondeu a nenhuma delas, pois não queria se indispor com os colegas e, também, achava que era ‘muito cedo’ para decidir em quem votar, ou em quem não votar.  Na verdade, não tinha...